Fechar
Fechar
19/01/2015
Os segmentos que o varejo precisa desovar estoques são aqueles com as mais baixas taxas de intenção de compra para os próximos meses. Esse “descasamento” entre necessidade de consumo e nível de estoques pode aprofundar a atual estratégia agressiva de descontos nas lojas, com riscos sobre a rentabilidade.
Pesquisa publicada quarta-feira (7/1) pelo Provar (Programa de Administração do varejo) identificou os segmentos de linha branca (como refrigeradores e máquinas de lavar roupa) e de vestuário e calçados com as maiores quedas nas intenções de gastos dos consumidores de janeiro a março, em relação ao mesmo período de 2014. A taxa de intenção de compra caiu de 10,6% para 8,6% em linha branca e de 17,8% para 16,2% no segmento de moda. Foram ouvidas 500 pessoas na capital paulista em dezembro, de todas as classes sociais.
Em eletroeletrônicos – categoria que após a Copa do Mundo já registrou desaceleração nas vendas – exigindo ações promocionais do varejo, a retração é a maior da pesquisa. O índice de consumidores que planejam comprar mercadorias diminuiu de 9% para 4,4%. Há liquidações de eletrônicos hoje, nos sites de Casas Bahia e Ponto Frio, com descontos de 20% a 30%.
“São segmentos que podem sentir ainda mais o aumento do custo dos estoques, porque a taxa de juros está subindo e isso encarece o custo do capital”, disse ontem Claudio Felisoni, presidente do Provar, ligado à FIA (Fundação Instituto de Administração).
Segundo a pesquisa, 10 das 13 áreas pesquisadas tem queda no índice de intenção de compras no primeiro trimestre de 2015. Essa queda inclui o segmento de smartphones, que tem ajudado a sustentar nível de lucratividade do setor nos últimos meses. A intenção de compra nesse mercado caiu de 6% para 5,6% dos entrevistados.
Ainda segundo o Provar, a taxa de consumidores que pretende comprar bens duráveis em geral de janeiro a março é de 49,6% o pior índice para o primeiro trimestre desde 2007. É a mesma taxa verificada em igual período de 2014, mas superior ao apurado de outubro a dezembro (40,4%).
Via: O negócio do varejo